IOPS Throughput E Latencia Guia Pratico Para Diagnostico De Performance De Discos

      18 de setembro de 2025 Sarah 'The Backup' Connor 4 min de leitura
      IOPS Throughput E Latencia Guia Pratico Para Diagnostico De Performance De Discos

      Discos lentos são o câncer de qualquer sistema. Não adianta ter CPU de sobra e gigas de RAM se o disco não acompanha. A verdade é que, na maioria das vezes, o p...

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      IOPS Throughput E Latencia Guia Pratico Para Diagnostico De Performance De Discos

      O Problema: Discos Lentos Matam Performance

      Discos lentos são o câncer de qualquer sistema. Não adianta ter CPU de sobra e gigas de RAM se o disco não acompanha. A verdade é que, na maioria das vezes, o problema é o disco.

      Aplicações travando, sistemas operacionais engasgando, bancos de dados sofrendo... a causa raiz quase sempre aponta para a lentidão do armazenamento. E não se iluda com marketing: aquele SSD "super rápido" pode estar capenga se você não souber o que olhar.

      Para diagnosticar e resolver esses gargalos, você precisa entender e medir IOPS (Input/Output Operations Per Second), throughput (a vazão de dados) e latência (o tempo de resposta). Não basta olhar o painel bonitinho do fornecedor de cloud. É preciso ir a fundo, entender os limites do seu hardware e do seu workload. [[IMG_1: Gráfico mostrando como a latência aumenta drasticamente quando o IOPS atinge o limite do disco]]

      Ignorar esses indicadores é como dirigir um carro sem velocímetro: você pode até chegar lá, mas vai demorar muito mais e provavelmente vai quebrar no caminho.

      Conceitos Chave: Desmistificando IOPS, Throughput e Latência

      IOPS, throughput e latência: o trio parada dura da performance de discos. Entenda de uma vez por todas.

      IOPS (Input/Output Operations Per Second): Pense em "pedidos" que seu disco consegue atender por segundo. Mais IOPS = mais "pedidos" atendidos. Bancos de dados e VMs (virtual machines) sedentas por operações aleatórias amam IOPS altos. Marketing adora inflar esse número, então, teste na vida real.

      Throughput: A "vazão" de dados. Medido em MB/s ou GB/s. Quanto de informação você consegue mover por segundo. Ideal para arquivos grandes, streaming de vídeo, backups. [[IMG_1: Diagrama ilustrando IOPS como "pedidos" e Throughput como "caminhões" de dados.]] Não se iluda: throughput alto não significa IOPS alto, e vice-versa.

      Latência: O tempo de espera. Medido em milissegundos (ms). Quanto tempo leva para o disco responder a um "pedido". Latência alta mata a performance, mesmo com IOPS e throughput "ok". Latência é o inimigo número um da experiência do usuário. Fique de olho nela.

      Na Prática

      Esqueça a teoria por um minuto. Vamos sujar as mãos e ver como esses conceitos se manifestam no mundo real.

      Para monitoramento contínuo, o iostat é seu canivete suíço. Já vem instalado na maioria dos Linux. Rode iostat -x 1 e observe os números mudando a cada segundo. O -x te dá estatísticas estendidas, que são cruciais. Fique de olho em %util (utilização do disco) e await (tempo médio de espera para I/O). %util alto constante (próximo de 100%) indica que o disco está sendo esmagado. await consistentemente alto (acima de, digamos, 20ms, dependendo do seu hardware) aponta para lentidão.

      Para testes de carga controlados, o fio é a ferramenta. Esqueça benchmarks sintéticos de marketing. fio permite simular cargas de trabalho reais. Um exemplo:

      fio --name=test --ioengine=libaio --filename=/dev/sda --bs=4k --direct=1 --rw=randrw --rwmixread=70 --numjobs=4 --time_based --runtime=60 --group_reporting --name=iops_test
      

      Este comando executa um teste de leitura/escrita aleatória (70% leitura) com tamanho de bloco de 4k, acesso direto (bypass do cache do sistema operacional) e 4 threads simultâneos durante 60 segundos no dispositivo /dev/sda. Adapte o --filename para o seu disco.

      Interpretação: IOPS altos com latência (olhe o lat no output do fio) alta indicam que a fila de I/O está gargalhada. O disco está recebendo mais requisições do que consegue processar. Throughput baixo com IOPS altos e tamanho de bloco pequeno sugerem fragmentação ou ineficiência no acesso aos dados. [[IMG_1: Exemplo de output do fio com IOPS e Latência destacados]]. Lembre-se: o que importa é o que acontece sob sua carga de trabalho real.

      Armadilhas: Onde a Teoria Encontra a Realidade (e Aparelha)

      IOPS, throughput e latência são ótimos no datasheet. Mas a vida real é mais cruel.

      • Workload é Rei (e Mestre da Enganação): Esqueça os números de marketing. Leitura aleatória? Escrita sequencial? A performance muda completamente. Monitore durante o uso real da sua aplicação. Só assim você terá uma ideia honesta do que está acontecendo. [[IMG_1: Gráfico comparando IOPS de leitura/escrita aleatória vs. sequencial]]

      • SSD vs. HDD: A Guerra da Latência (e da Propaganda): IOPS altos em SSDs impressionam, mas latência baixa é o verdadeiro benefício. Não compare IOPS diretamente sem sempre considerar a latência. Um HDD com "IOPS altos" pode ser muito mais lento que um SSD com "IOPS menores" em muitas situações.

      • RAID e Sistemas de Arquivos: A Complexidade Aumenta: RAID adiciona overhead. Sistemas de arquivos, também. RAID-5 penaliza escrita. Sistemas de arquivos com journaling impactam a latência. Tudo influencia. Não ignore o impacto deles na performance do seu armazenamento. Faça testes com a sua configuração específica.

      #Storage #Server
      Sarah 'The Backup' Connor

      Sarah 'The Backup' Connor

      Gerente de Recuperação de Desastres

      Seus dados não estão seguros até que ela diga que estão. Especialista em estratégias de backup imutável e RPO/RTO.