RAID 10 Vs RAID 01 A Ordem Dos Fatores Salva Seus Dados
Pare de tratar a matemática como engenharia; a ordem das operações define se você mantém seu emprego durante uma crise. O RAID 10 (stripe de espelhos) cria zona...
RAID 10 Vs RAID 01 A Ordem Dos Fatores Salva Seus Dados
Pare de tratar a matemática como engenharia; a ordem das operações define se você mantém seu emprego durante uma crise. O RAID 10 (stripe de espelhos) cria zonas de segurança isoladas: se um disco morre, apenas o seu par perde a redundância, enquanto o resto do array permanece protegido. Já o RAID 01 (espelho de stripes) é uma armadilha estrutural; perca um único disco e você invalida metade inteira da sua infraestrutura, rebaixando instantaneamente seu sistema para um RAID 0 instável.
A estatística é brutal com o RAID 01. No RAID 10, para ocorrer perda total, o segundo disco a falhar precisa ser exatamente o par do primeiro. No RAID 01, se qualquer disco do lado sobrevivente falhar — ou apresentar um simples erro de leitura (URE) — durante a reconstrução, seu volume desaparece. Não aposte a integridade dos dados em uma moeda viciada; implemente RAID 10 e esqueça que o 01 existe.
No RAID 10 (1+0), o controlador agrupa os discos físicos em pares de espelhos independentes e executa o striping sobre esses "discos lógicos". Quando o dado chega, ele é segmentado e distribuído entre os pares. A integridade reside no nível mais baixo: se um disco morre, apenas aquele subgrupo específico perde a redundância, mantendo o restante do array intacto e o impacto na performance contido.
Já o RAID 01 (0+1) inverte a lógica e multiplica o risco. O sistema cria dois arrays stripeados massivos e os espelha um contra o outro. O dado é gravado simultaneamente em dois volumes inerentemente frágeis. A falha de um único disco invalida todo o lado do espelho a que ele pertence, transformando instantaneamente seu sistema redundante em um simples RAID 0 sem tolerância a falhas.
No RAID 10, quando um disco morre, o estrago fica contido. O controlador apenas copia os dados do espelho sobrevivente para o disco de reserva, isolando o estresse naquele subgrupo específico. O resto do array continua operando sem suar frio, pois a falha não contamina a performance global nem a integridade dos vizinhos. ilustra como essa topologia blinda sua operação.
Já o RAID 01 transforma uma troca de disco em Roleta Russa. A perda de um único drive invalida todo o conjunto de stripe daquele lado, forçando o sistema a ler cada bit do lado sobrevivente para reconstruir o array. Durante esse processo de I/O intenso, você roda sobre um RAID 0 vulnerável: se um segundo disco falhar no lado oposto — e mostra que a estatística joga contra você —, seus dados viram fumaça.
Veredito: Não Aposte no Azar
Esqueça o RAID 01. Ele não oferece ganho de performance e transforma o rebuild em roleta russa. Ao perder um único disco no RAID 01, você compromete metade da estrutura lógica instantaneamente; se um segundo disco falhar no lado oposto durante a reconstrução — o que é estatisticamente provável sob estresse de I/O — seus dados desaparecem. O RAID 10 isola a falha dentro do sub-grupo de espelho, mantendo a integridade do restante do array e reduzindo drasticamente a superfície de ataque para a Lei de Murphy.
Adote o RAID 10 como padrão e pare de inventar moda. Monitore o estado do array obsessivamente, pois um volume degradado sem monitoramento é apenas uma perda de dados aguardando para acontecer.
Software RAID (Linux):
cat /proc/mdstatoumdadm --detail /dev/md0Hardware (LSI/Broadcom):
/opt/MegaRAID/storcli/storcli64 /c0 /eall /sall show
Kenji Tanaka
Especialista em Performance de I/O
Obscecado por latência zero. Analisa traces de kernel e otimiza drivers de storage para bancos de dados de alta frequência.